Sou Poeta, quero Cantar!: abril 2014

quarta-feira, 30 de abril de 2014

ESPASMOS DE UM DIFERENTE QUE ENCONTREI

O grito

Cala

Na garganta

Entala

A fala

No peito

Ferido

Sem bala

Sem saber

Sem poder

Sem responder

O silêncio na alma

Implora

Mora

Não é hora!

Arde em febre...

Ébrio

Por não ser

Sendo o que não é

Sido o que não foi

Será...

Caindo

A mente

Não mente

Calma

Não acalma

Nada pior...

Ser prisioneiro

Do seu próprio

Ser...

Ilha que se faz morrer

Não mais...

Como dizer

Como falar

Como explicar

Sou diferente!...

Quero falar...

Alvaro de Oliveira Neto

Fortaleza, 30/04/2014

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Eu quero viver...

Mesmo com todas as sombras povoando os caminhos

Mesmo com todas as aves sem ter os seus ninhos

Mesmo com uma chuva sem flores

Mesmo com espinhos sem cores

Mesmo com dores

Dores

Eu quero viver...

Dores

Odores

Pútridos

Nutridos

Pela insensatez

Do poder

Ódio

Vingança

Avidez

Sombra

Blindagem

Ódio

Descaso

Vingança

Ameaça

Roubo

Passagem

Eu quero viver...

Ninguém

Inverte

Converte

Diverge

Transgride

Agride

Somente regride

Cala

Eu quero viver...

Vingativos

Sombras

Que permeiam

Todos os caminhos

Que destroem

Todos os ninhos

Que matam

Todos com maldade

Vingam-se sem caridade...

Maldade

Eu quero viver...

Sem saber lidar com a violência

Sem saber lidar com a demência

Sem saber lidar com o poder

Sem saber lidar com o ter

Sem saber

Eu quero viver...

Mesmo sem gritar

Não!

Sem plantar

Sem colher

Sem haver

Sem nada

Conhecer...

Refém

Prisioneiro

Das grades

Que cercam

O meu lar

Eu quero viver...

Mesmo sem vida a esperar

Mesmo sem mundo a superar

Mesmo sem nada a dizer

Espada

Cravada

No peito

Sangrando

No leito

Sem correr

Morrendo

Eu quero viver...

Alvaro de Oliveira Neto

Fortaleza 23/04/2014

sábado, 19 de abril de 2014

E A CARNE SE FEZ VERBO

Hoje

A vida

Hoje

Há vida

Hoje

Haverá vida

Vida

Dia

Dia de cruz

Cruz

Na cruz

Símbolo da vida...

Hoje

A vida

Se foi

Para que a vida

Vida se fizesse

Hoje há vida...

Hoje

A vida se foi

Para a vida existir

Hoje a vida se foi

Para que vida houvesse

Para nós

Que somos vida da vida

Amados

Herdeiros da paz

Mas

Pecadores

Cheios de dores

Pecadores que matamos

Como pecadores

A vida

Diariamente

Somente por prazer...

E o verbo se fez carne

E habitou entre nós

E nós não o reconhecemos

E a carne se fez verbo

E habita entre nós

E nos não o reconhecemos

E nos deixou servos

Para que levemos

O seu Evangelho

Ao mundo

Segundos

Tempo

A contar

A vida passa

Para que vida existisse

Em nós

Não tenham medo!

Levanta!

Vende tudo!

Siga-me!

Com a tua cruz

Siga-me!

Hoje mesmo

Estarás comigo

No paraíso...

E a vida

Que sempre vida foi

Se fez redenção

Se fez salvação

Se fez passagem

Para que

Possamos conhecer

Quando eternidade

A vida

O verdadeiro

O caminho

A verdadeira

A verdade

A verdadeira

A vida...

Alvaro de Oliveira Neto

Fortaleza, 19/04/2014

sexta-feira, 11 de abril de 2014

SAUDADES...

Sinto saudades do sol

Que surgiu no amanhecer

Sem avisar

Amanhecendo

Timidamente

Brilhando

Timidamente

Brilhando

Timidamente

Tangendo

O frescor da manhã

Timidamente

Sem temor

Timidamente

Brilhando

Inflando

Brilhando

Inflamando

Brilhando

Queimando

Zênite

Brilhando

Queimando

Inflando

Inflamando

Brilhando

No seu estar...

Que lhe contem

Sabe

Brilhar

Arranjo

Arcanjo

Amando

A terra

Que lhe tem

Terra

Útero da vida

Que vida dar

Sem cobrar

O seu brilho

Iluminando...

Sinto saudades

Do amor

Do sol

Que hoje

Me iluminou

Me cobriu

Me cozinhou

Me pariu

Me preparou

Para a vida

Sinto saudades...

Ele

Me iluminava

Quando

No horizonte

Quedou

Caiu

Sem parceiros

Sem preconceito

Sem condicionar

Meu aceito

Levou o calor

Calou

O calor

A natureza ficou

A noite chegou

A umidade voltou

A insanidade

Sem flor

Sem luar

Cobriu a passagem

Mudou a paisagem

Sem aquecer

Sem esquecer

Prenúncios

De um amanhecer

Sem cor

Sinto saudades

Do brilho

Do sol

Sinto saudades

Quando ele rompe

O horizonte

E penetra

O além

Sem pedir passagem

Sem se incomodar com o que ficou...

Se esconde...

E me faz pensar

No novo amanhecer

Se esconde...

Sentindo vontade de ter

Um novo brilho

Um novo frescor

De uma nova manhã

Sem dor

Prazer

Do calor

Prazer

Que me faz viver

Prazer

Da luz

Que me faz

Brilhar

Que me conduz...

Me conduz

A um banhar

Imergindo

Ressurgindo

Rompendo

Me conduz

Banho de sol

Banho de luz

Banho de brilho

Banho que vai me trazer saudades

Quando morrer

Romper

Um outro horizonte...

Um útero

Um novo útero

A se penetrado

A ser habitado

Rompido

Esquecido

Penetrando

Outro mundo

Com mais brilho

Eu vou

Maior

Desconhecido...

Vida!...

Alvaro de Oliveira Neto

Fortaleza, 11/04/2014