Sou Poeta, quero Cantar!: 2014

sábado, 20 de dezembro de 2014

Meus filhos, meus reflexos...

Meus espelhos

Vivos
Vivos
Vivos
Vivos

Espelhos vivos
Espelhos que vivo
Espelhos que vivem em mim
Espelhos que saíram de mim

Dou-lhes vida
Dou-lhes forma
Dou-lhes sensações
Dou-lhes canção
Dou-lhes a ação do existir

A cada um faça-se
A cada um fez-se
A cada um transforma-se
A cada um forma-se

Insiste em ser

Insisto
No que eu sou
Reflexos
Eternos
No ser

Porque não dizer
Reflexos complexos
Nexos
Conexos
Parâmetros
Esteios

Anseios das minhas ações

Meu coração

Que transporta
Porta
Caminho da paz
Autores
Que
Se
Fazem
Amores

Espelhos
Espelhos
Espelhos
Espelhos
Espelhos
Espelhos
Espelhos

Em todos expresso o meu ser
Em todos floresce o meu ter
O que me aquece
É saber dos meus reflexos

Que
Acontece
Que
Esquece
Que
Enlouquece
Que
Acontece

Reflexos que me fazem refletir
Reflexão do sentir
Reflexão, intuir, ação
Reflexão que me traz

Minha volta...

Sem perceber
Meus espelhos constroem
Com a mais pura verdade
Sem escolher

Somente eu sei
De onde eles são
Quais serão os seus reflexos
Porque as imagens são minhas

Minhas Imagens
Linguagem
Que transporta
O meu eu incondicional
Informal
Minhas imagens

Reflexos em quatro atos
Um trato com a vida
Que me faz eternidade
Nos meus nexos

Sou Reflexo
Meus reflexos serão a minha eternidade…

Álvaro de Oliveira Neto
Fortaleza 20/12/2014

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

ESTOU AQUI

E assim é a Vida!
Bem maior que recebemos de Deus
Bem melhor quando intensa
Se cumprida na sua plenitude

Plena...
Melhor seria!
Um dia...
Inflexão de uma respiração
Ponto

Semeando atitudes
Virtudes
Para saber desfrutar

Saborear
Para conhecer seus segredos
Enredos

E cultivar seus valores
Odores
E colocar a fantasia
De alegrias sem dores

Louvores
Cores
Temores
Flores em botão
Chão que se pisa
Vento que eleva
Emoção
Ação que surpreende

Se vivida em plenitude
Entre auroras e ocasos
Nascentes e poentes
Fontes e estuários
É simplesmente cenário
Que regenera o ser
Na esperança de conter
A essência da criação

Um vento que sopra
Uma brisa que se sente
Que se expande no poente
Um sol que se põe
Um caminhar compassado
Sem olhar pra frente
Sem saber do passado
Caminhando apressado
Para conhecer
Para contar somente

Um raio que corta
A escuridão da noite
Importa a luz que se faz açoite
E se traduz em formas dementes

Um trovão que assente
No ribombar que reverbera
Um fogo de semente
Consente sonhar
Um transbordar da natureza
Certeza de viver
Consome e some
Some e consome
Uma canção assume
Imune
Contempla

Um rio que corre sem preconceitos
Abrindo caminhos
Construindo leitos
Rompendo pedras e barreiras
Refletindo a cor
Em gotas de bruma
Que preenchem todos os espaços
No sol nascente
Compassos
Brilhos
Marulho que canta
Pranteio de dor

Passa com mistérios
Sem cor e sem sementes
Faz de mistérios caminhos
Não perdoa os ninhos
Nem entoa a mesma canção
Ação
Emoção
Emoção permanente que se sente
Quando de repente
Troca de direção

Por que?
Por que a chegada?
O fazer?

E de repente
Sem prova
Sem compreender
Tudo se renova…

Uma vida nova
Nova vida…

Estou aqui!!!

Álvaro de Oliveira Neto
Fortaleza, 01 de outubro de 2014

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Fortaleza, tudo passa!

Fortaleza

Que beleza!

Os verdes mares bravios de águas quentes

A natureza do coqueiral alçando voo ao infinito

A jangada de piúba com o seu Dragão do Mar

A brisa sempre a passar levando o cheiro do sal

O sol fresco se espraiando pelos quintais de pomares

A Sabiá, o rouxinol, o Bem-te-vi

O Galo de Campina, o Canário da Terra

O tempo se foi

A memória se foi

A história se foi

A Cidade se foi

Nas esquinas sem memória

Nos espaços sem história

Sem lembranças

Sem o Pirambu do Chico da Silva

Que hoje é da maconha

Sem o Morro do Ouro do Eduardo Campos

Que hoje é da maconha

Sem a cearense brejeira e faceira

Com a bacia de roupa na beira da lagoa

Lavando a roupa da sinhá

Que hoje e da maconha e da prostituição na Beira Mar

Tudo se foi

Sem volta

Sem pensar...

Cheguei antem e te encontrei a mesma que deixei

A mesmice provinciana que carregas nos conceitos

E também nos preconceitos

Nos tentáculos dos atos

Nas rodas ebrias das trocas

Na ressaca da capacidade de seduzir

Sem parir o pão dos inocentes

A mesma alegria bêbada que contagia

O mesmo sol quente que mata gente

A mesma nostalgia do entardecer sem esperança

A mesma beira mar congestionada sem lembranças

Caminhando sem cessar

O mesmo calor sem cor

Malandro

Melando meu corpo de maresia

Amolecendo o meu coração

Anestesiando minha cabeça

Vomitando tragedia

Comédia

Parei!...

Quanta dor ter que te dizer

Todo este clamor

Queria mesmo era que

Todo o prazer de te rever

Se transformasse em paz

Mas…

Impossível!

Preciso te caminhar

Te confidenciar o passado

Memórias

Sorrindo...

Sem olhar para todos os lados

Sem querer ser alado

Sem pedir passagem a criminalidade

Sem bala zumbindo ao meu lado

Sem ver tudo passar

E não encontrar uma razão

Uma oração

Por que?

Não existe mais a minha infância inocente

Não existe mais o meu recanto adolescente

Na ingenuidade dos teus braços cajueiros

Nos quintais, nas cacimbas, nos coqueirais

Legado que ficou lá atrás

Nem as pipas entrelaçadas no céu

Com crianças sem véu

Gritando a brincar

Agora

Pitando drogas

Portando armas

Matando, cortando na veia

Alheias, abortando, morrendo

Coqueiros sem arranha-céus

Tempos roubados

Pelo espaço aço

Pelo espaço concreto

Sem afeto

Cortando o coração da minha Cidade

Sem mais nem menos

Sem acenos

Sem a canção do apito do trem

De quem volta

De quem vem

Sem o sino da igreja

Sem aviso da oração

Não convém ao progresso

Não convém o regresso

Quem não te vê

Quem não te crer

Quem não quer ser você de hoje

Que te compre o amanhã

Rompe o que corrompe toda a ingenuidade

Desta Cidade onde nasci

E hoje esqueci

Sou obrigado a esquecer

Sou obrigado a fugir

Por que?

Sem carinho e sem afeto

Feto de quem foi

Abortado

Sem nada a compor

Sem repor

Nem decompor

Estou somente no teu passado

O presente são outros campos arados…

Fortaleza!

Quanta beleza ficou pra trás…

Alvaro de Oliveira Neto

Fortaleza 10 de outubro de 2014

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Implosão de amor...

Perdão

Dão

Aqueles que sabem

Que perdoar

É viver

É ser

Sem ter

Que se apossar

Dar

Perdoar

Ar que se respira

Espira

Sem o perdão

Sem dar

O ar a respirar

Morre

Sufocado

Sufoca

Aquele que não sabe

Que perdoar

É viver

É ser

Sem ter

Que se apossar

Focado

Em perdoar

Doar

Doa-se

A vida

Ida a salvação

Implosão de amor...

Alvaro de Oliveira Neto

Orlando, 03/07/2014

terça-feira, 10 de junho de 2014

Venci?

Eu venci..

Venci?

O que

Eu venci?

Preciso saber

Porque

Vencer

É ser

Consciente

Da sua fragilidade

Humildade

Bondade

Nobreza

Da certeza

Dos caminhos percorridos

Das qualidades

Que fazem

O caminho do vencedor

Luto por elas

Sei que ainda não sou

Espero conte-las

Contá-las

Como estou

Dentro do meu ser

Mas o que?

O querer

Não é ter

Não é poder

Não é saber

É vontade sim

É perseverança sim

É a busca sim

A atitude de conhecer

Sim

Chego lá

Com ou sem

Modelo

Espelho

Chego lá

E quando chegar

Quando não tempo mais contar

Para a chegada

Para ancorar

Para caminhar no vazio do valor que se faz

Sem nada conhecer

Vou dizer

Eu venci...

Venci?

O que eu venci?

Alvaro de Oliveira Neto

Orlando, 10/06/2014

sexta-feira, 16 de maio de 2014

RESPIRANDO

A vida é dinâmica

A vida

Dinâmica

Nunca para

É única

Única

Na sua intensidade

Inspira

Espira

É como a respiração

Que se para

Morre-se

A vida

Pulsa

A vida pulsa

Pulsa

Como o coração

Que sem pulsar

Morre-se

A vida e para ser vivida

Na intensidade que ela se propõe

Na velocidade que se expõe

Nos valores que alimenta

Os atos e ações

A vida é o presente

E viver este presente

É o que nos faz conhecer a verdade

A vontade de viver

O meu presente é vida

O meu presente

E estar sempre

Na intensidade

Da inflexão

Da respiração

Um parar

Entre duas ações

Inspirar

Espira

Para viver

Para morrer

Para viver

Vivo

Porque vivendo

Envolvo-me

Na chance de ser feliz

Ser feliz

Vivendo

Ao lado do meu amor...

É chegada a madrugada

Como a vida

Que se refaz

Madrugada

Que se refaz

Em brisas de uma nova aurora

E com a madrugada

O sono que refaz a vida

Em muitas auroras

Nos braços do meu grande amor

Sem mácula

Vou me aninhar ao seu lado

E viver...

Alvaro de Oliveira Neto

Orlando 16/05/2014

sábado, 10 de maio de 2014

COMO VOCÊ!

Mãe

Como Deus viu a mãe?

Como Deus quis a mãe?

Como Deus fez a mãe?

Não sei...

Mas sei que Ele

Escolheu uma mãe

Para O Seu Filho

Escolheu...

Uma mãe como você

Uma mãe que diz sempre sim

Uma mãe que não tem medo

Uma mãe que se entregou

Uma mãe que assumiu todos os riscos

Uma mãe que amamentou

Uma mãe que soube criar

Uma mãe que criando educou

Uma mãe que ensinou a amar

Uma mãe que amou ao estremo

Uma mãe que chorou a dor

Uma mãe que enxugou lágrimas

Uma mãe que esteve sempre ao lado

Uma mãe

Simplesmente

Uma mãe

Mãe!

Uma mãe

Uma Maria

Uma energia

Como tantas Marias que existem por ai...

Que colocaram sua vida em risco

Pelo filho

Filho de Deus

Filho do mundo

Filho da vida

Filhos

Simplesmente

Uma mãe somente

Uma mãe semente

Uma mãe sagrada

Uma mãe

Como você

Que amor da minha vida

É mãe dos nossos filhos...

Alvaro de Oliveira Neto

Orlando, 10/05/2014

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Eu quero viver!

Mesmo com todas as sombras povoando os caminhos

Mesmo com todas as aves sem ter os seus ninhos

Mesmo com uma chuva sem flores

Mesmo com espinhos sem cores

Mesmo com dores

Dores

Eu quero viver...

Dores

Odores

Pútridos

Nutridos

Pela insensatez

Do poder

Ódio

Vingança

Avidez

Sombra

Blindagem

Ódio

Descaso

Vingança

Ameaça

Roubo

Passagem

Eu quero viver...

Ninguém

Inverte

Converte

Diverge

Transgride

Agride

Somente regride

Cala

Eu quero viver...

Vingativos

Sombras

Que permeiam

Todos os caminhos

Que destroem

Todos os ninhos

Que matam

Todos com maldade

Vingam-se sem caridade...

Maldade

Eu quero viver...

Sem saber lidar com a violência

Sem saber lidar com a demência

Sem saber lidar com o poder

Sem saber lidar com o ter

Sem saber

Eu quero viver...

Mesmo sem gritar

Não!

Sem plantar

Sem colher

Sem haver

Sem nada

Conhecer...

Refém

Prisioneiro

Das grades

Que cercam

O meu lar

Eu quero viver...

Mesmo sem vida a esperar

Mesmo sem mundo a superar

Mesmo sem nada a dizer

Espada

Cravada

No peito

Sangrando

No leito

Sem correr

Morrendo

Eu quero viver...

Alvaro de Oliveira Neto

Fortaleza 23/04/2014

quarta-feira, 30 de abril de 2014

ESPASMOS DE UM DIFERENTE QUE ENCONTREI

O grito

Cala

Na garganta

Entala

A fala

No peito

Ferido

Sem bala

Sem saber

Sem poder

Sem responder

O silêncio na alma

Implora

Mora

Não é hora!

Arde em febre...

Ébrio

Por não ser

Sendo o que não é

Sido o que não foi

Será...

Caindo

A mente

Não mente

Calma

Não acalma

Nada pior...

Ser prisioneiro

Do seu próprio

Ser...

Ilha que se faz morrer

Não mais...

Como dizer

Como falar

Como explicar

Sou diferente!...

Quero falar...

Alvaro de Oliveira Neto

Fortaleza, 30/04/2014